top of page
Local do Evento
HISTÓRIA E CINEMA: FONTE, DOCUMENTO E DEBATE METODOLÓGICO

​

            Observamos a partir do século XIX, bem como a crítica aos valores cientificistas na História, iniciadas com Burckhardt, depois Nietzsche e, posteriormente, no período entre guerras, com Benjamin, uma gradual diversificação do que os historiadores entendiam, até então, como Fonte Histórica. Escapando da categoria de fontes estritamente oficias - os documentos -  lançou-se o olhar para outros tipos de vestígios, rastros, que permitem ao historiador volver um olhar sobre o passado. A arquitetura, literatura e cinema foram algumas destas “novas” fontes que começaram a ganhar cada vez mais espaço no debate historiográfico.

            A relação do cinema com o real é, sem dúvidas, ambivalente. A ficção, muitas vezes, tende a dissimular a própria ficcionalidade através da verossimilhança. Por não constituir-se de linguagem escrita, o cinema é para os historiadores um desafio, pois percebemos a pungente diferença entre a forma de representar o passado encontrada na História e no Cinema. É possível, com isso, relacionar as pretensões de veracidade das duas formas discursivas ao passo que buscam tomar como objeto um outro tempo e dar sentido a este passado.

            Diante do exposto, ao nos debruçarmos, especificamente, sobre o campo do cinema, segundo Antônio Costa, necessitamos ter em mente a alta complexidade sobre a compreensão do que é o Cinema. Podemos entendê-lo sob a ótica da Linguagem, da Filosofia, como percebemos em Deleuze, ou sob a perspectiva Artística ou Histórica. Assim, quando nos restringirmos ao campo histórico, percebemos como os filmes podem possuir um papel importante, seja no campo da propaganda, seja nas relações íntimas entre o cinema e o contexto sócio político, como bem dissertou Kracauer, ou mesmo, lembrando Marc Ferro, como objeto palpável de estudo para historiadores profissionais. 

            Desse modo, percebemos a necessidade de aprofundar o debate, não só do cinema como fonte histórica, mas também como participante dos principais acontecimentos que cercaram o século XX, assim como um modo de construção de uma memória, que possui um diálogo permanente na maneira como nos relacionamos com o passado. Por fim, o presente evento busca não apenas debater sobre a instituição cinematográfica como objeto de estudos sobre o passado, mas entender também a influência deste meio imagético à nossa relação, nosso contato, com o pretérito, espaço de estudo e reflexão ao historiador.

​

Élbio Roberto Quinta - (UFG)

Sabrina Costa Braga - (UFG)

​

XVI

18 a 20 de outubro de 2017

SEMANA DE HISTÓRIA

História, Cinema e

Narrativas  Audiovisuais

bottom of page